O acordo foi assinado por quatro países a jusante do rio - o Uganda, o Ruanda, a Etiópia e a Tâmzania. O tratado procura substituir um outro de 1929 que dá ao Egipto e ao Sudão, o direito de usarem cerca de 90 por cento do rio Nilo.
O ministro egípcio das Águas, Mohammed Allam, disse que o seu país ia tomar todas as medidas legais e diplomáticas necessárias para assegurar os seus direitos sobre a água do Nilo.
Os outros países ao longo do Rio Nilo dizem que esperam que o acordo permita a implementação dos projectos de irrigação e hidroeléctricos, em colaboração com o Egipto e do Sudão.
Stanislas Kamanzi, Ministro do Ambiente do Ruanda, disse a BBC que o novo acordo irá invalidar anteriores sobre como o Egipto e o Sudão usam o rio. Kamanzi disse que as reivindicações dos dois países são baseadas em direitos históricos.
Necessidades
"Houve reivindicações por parte do Sudão e do Egipto sobre o que eles consideram direitos históricos. Mas esses direitos são de muitos anos atrás, durante a era colonial. Nós pensamos que devem ser anulados, e todos os países que dividem o rio devem juntar-se e chegar a um novo acordo. E esse novo acordo deve garantir que as necessidades de cada país, incluindo o Egipto e o Sudão, sejam satisfeitas, sem que os outros países sejam privados", considerou.
Por seu turno, o Director de Recursos Hídricos de Quénia, John Nyaro disse à BBC que o encontro desta sexta feira foi importante para evitar conflitos no futuro.
"Onde não existem normas, a lei da selva é que manda…e esta não traz paz. Se não tivermos um acordo em que cada país conhece os seus direitos e obrigações, haverá fricções. A população está a crescer, a procura por água na bacia do Rio Nilo está a aumentar e com as mudanças climáticas, teremos muitas secas. Tenho mais de 50 anos de idade, e nunca tinha visto elefantes morrerem por causa da seca, mas este ano vi vários elefantes morrerem por falta de água", disse o membro do governo queniano.
FONTE: BBC/ÁFRICA
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